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Terra perdeu mais de metade da fauna selvagem que existia há 40 anos

05/10/2014 09h00

Terra perdeu mais de metade da fauna selvagem que existia há 40 anos

EFE

Genebra, 30 set (EFE).- Mais da metade dos animais selvagens que existiam na Terra há 40 anos desapareceu, e a maioria destas perdas ocorreu nas áreas tropicais da América Latina, segundo o último relatório ‘Planeta Vivo’ do Fundo Mundial para a Natureza (WWF).

Sob o título ‘Espécies e Espaços, Pessoas e Lugares’, o relatório – a décima edição deste estudo bienal – recolhe as pesquisas realizadas sobre o destino de 10 mil espécies de vertebrados de 1970 a 2010.

As espécies estão classificadas no Índice Planeta Vivo, um registro mantido pela Sociedade Zoológica de Londres. Além disso, o relatório mede o rastro ecológico da humanidade no planeta elaborado pela Global Footprint Network.

A principal conclusão do estudo é que as populações de peixes, aves, mamíferos, anfíbios e répteis decaiu em 52% desde 1970.

As espécies de água doce sofreram uma perde de 76%, em um percentual que dobra as sofridas por espécies marinhas e terrestres.

A maioria das perdas globais, por sua vez, provém das regiões tropicais da América Latina.

O Índice Planeta Vivo para a região neotropical – que coincide com o território da América Latina – mostra um dramático e contínuo declive das populações de fauna selvagem, com uma perda média de 83% das espécies desde 1970.

‘Esta é a queda regional mais profunda, e destaca a intensa pressão à qual estão submetidas as espécies tropicais da América Latina’, declarou à Agência Efe Richard McLellan.

O especialista do Fundo atribuiu este declive a uma série de razões, que incluem ‘as ameaças típicas’, como a exploração das espécies, a degradação da terra e da água, a perda de habitats e a mudança climática.

Fatores que, no entanto, no relatório deste ano se veem acentuados porque se melhoraram os sistemas de coleta de dados e porque se obteve mais e melhor informação procedente da América Latina.

De fato, em geral, em toda a Terra, o maior perigo para a fauna é a degradação e a perda do habitat natural dos animais.

A pesca e a caça são ameaças ‘significativas’, assinala o relatório, enquanto a mudança climática está se transformando em ‘crescentemente preocupante’, com as primeiras constatações de que ‘a mudança climática já é responsável da extinção de algumas espécies’.

Por outra parte, o relatório destaca que o que a humanidade demanda ao planeta é mais do que o dobro do que a natureza pode renovar.

De fato, calcula-se que seria necessária uma Terra e meia para produzir os recursos necessários para equilibrar com o rastro ecológico da humanidade.

O relatório também destaca que o rastro ecológico é cinco vezes maior nos países desenvolvidos que nas nações em desenvolvimento, e lembram que se demonstrou que se podem elevar os níveis de vida da população e restringir ao mesmo tempo a exploração dos recursos naturais.

Os dez países com maior rastro ecológico são, na ordem, Kuwait, Catar, Emirados Árabes Unidos, Dinamarca, Bélgica, Trinidad e Tobago, Cingapura, Estados Unidos, Bahrein e Suécia.

© Foto: Luis Davilla/Getty Images Leão.

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