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Tire suas dúvidas sobre a cirurgia de laqueadura das trompas

03/11/2014 07h00

Tire suas dúvidas sobre a cirurgia de laqueadura das trompas

O BRASIL TEM UM DOS MAIORES ÍNDICES DE LAQUEADURAS DO MUNDO. PROCEDIMENTO PODE SER FEITO NO SUS, MAS HÁ EXIGÊNCIAS QUE O CASAL DEVE SEGUIR. ENTENDA COMO PROCEDER!

MSN Saúde

Ter um filho, muitas vezes, faz parte dos planos e sonhos de muitos casais. Mas para quem já teve os pequenos e não deseja mais correr o risco de ter outro bebê, uma das alternativas é fazer a cirurgia de laqueadura, popularmente conhecida como ligadura de trompas. No caso dos homens, a opção é recorrer à vasectomia.

E pode parecer algo não muito comum, mas o Brasil tem um dos maiores índices de pessoas que optam por realizar esse procedimento, 40% das mulheres em idade reprodutiva, de 10 a 49 anos. Em seguida, aparecem a Índia e a China, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).

Mas e você, já teve seus filhos e gostaria de ficar mais tranquila, não se preocupando mais com a possibilidade de engravidar futuramente? Bom, se optar por essa técnica é importante que você entenda como ela funciona. Vamos lá? As Trompas de Falópio são os canais que ligam o útero aos ovários, certo? Durante a operação – que pode ser feita no parto ou não -, as trompas são cortadas e suas extremidades amarradas, impedindo, assim, a passagem dos espermatozoides e do óvulo.

“O médico fecha as tubas uterinas da mulher, o que impede a descida do óvulo e a subida do espermatozoide. É uma cirurgia relativamente simples”, explica o ginecologista-obstetra Alfonso Massaguer, também diretor-clínico da Clínica MAE. Quer saber mais sobre como você deve proceder se quiser fazer esse procedimento?

QUAIS AS TÉCNICAS?
“A laqueadura pode ser feita por um procedimento cirúrgico chamado de laparoscopia (pequenas incisões de 5 a 10 mm e colocação de um câmera na barriga), uma incisão similar a uma cesariana (que pode ser feita também no momento do parto) ou um corte ainda menor de aproximadamente 6 cm. Também é possível realizá-la por meio de um pequeno corte pela vagina, sem cortar a barriga”, explica o ginecologista-obstetra. As mais procuradas (e utilizadas) são laparoscopia e a incisão similar à cesariana. “A trompa pode ser cortada, amarrada e até retirada. Se a lesão na trompa for “maior”, por exemplo,menor será a chance de falha. No entanto, será mais difícil consertar se a paciente se arrepender”, assegura Alfonso.

PROCEDIMENTO NA REDE PÚBLICA É GRATUITO
Se você está se perguntando se dá para realizar o procedimento na rede pública, sim, é possível. O Sistema Único de Saúde (SUS) realiza o procedimento, mas há vários critérios de inclusão como idade mínima de 25 anos ou pelo menos dois filhos vivos. Também é necessário, pelo menos, 60 dias entre a manifestação do desejo de laqueadura pelo casal e o ato cirúrgico. As interessadas devem aguardar dois meses para fazer a cirurgia e passar por um acompanhamento médico e psicológico.

DÁ PARA REVERTER A LIGADURA?
Segundo o médico Alfonso Massaguer, é possível desfazer a laqueadura caso o casal queira novamente ter filhos, mas isso depende de como a cirurgia foi realizada. O procedimento chama-se salpingoplastia e pode ser feita de três maneiras: pela chamada “anastomose tubária microcirúrgica”, via laparotomia ou por meio da laparoscopia. O grau de sucesso da reversibilidade depende da lesão causada pela técnica cirúrgica feita anteriormente.Desta forma, se formos analisar, laqueaduras feitas com anel plástico ou clipes de titânio são mais simples de reversão. Para as pacientes que foram submetidas à salpingectomia (que é a retirada das trompas), a reversão é impossível. “Se a reversão não for possível, o casal pode realizar uma fertilização in vitro onde as trompas não são necessárias para uma gravidez”, assegura o ginecologista.

FAZER OU NÃO FAZER A CIRURGIA, EIS A QUESTÃO
Alguns aspectos psicológicos devem ser levados em consideração na escolha da esterilidade. Você pode não querer mais filhos agora, porém, mais à frente, caso encontre outro par, o desejo de ser mãe pode voltar. “O apoio de uma equipe multidisciplinar é de grande importância, pois o conhecimento de outros métodos de anticoncepção ajudará a mulher sobre a melhor decisão a ser tomada”, ressalta o ginecologista.

DECISÃO DEVE SER TOMADA EM COMUM ACORDO
É preciso muito diálogo entre o casal para que esta seja uma decisão consciente e saudável. “O mais importante é ver a laqueadura como método definitivo. Ou então, vale ainda avaliar se há outra maneira de anti-concepção que não seja definitiva e que se enquadre nos desejos e planos do casal”, assegura o ginecologista-obstetra Alfonso Massaguer, também diretor-clínico da Clínica MAE.

© Foto: Thinkstock

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