23.8 C
Campo Grande
sábado, 21 de setembro, 2024
spot_img

TJMS já tem 37 famílias interessadas em adotar bebê que está sozinho em hospital

Famílias de Mato Grosso do Sul e de diversos estados do país já procuraram a Coordenadoria da Infância e da Juventude do Tribunal de Justiça (TJMS) para obterem informações quanto à criança recém-nascida que foi colocada para adoção nesta semana, em Campo Grande. O caso ganhou repercussão na terça-feira (10), após um juiz de Corumbá compartilhar a situação enfrentanda pelo bebê, que sofre de problemas neurológicos e perdeu a mãe logo após o parto, sendo que nenhum parente aceitou a guarda.

Conforme as informações, a criança está internada no Hospital Universitário da UFMS, na Capital, aos cuidados dos enfermeiros e médicos, já que está sem um acompanhante-responsável. O Tribunal diz ter recebido cerca de 400 e-mails e mais 37 pedidos de famílias para adoção da criança vindos de todos os cantos do Brasil. A Coordenadoria já está fazendo a seleção das famílias interessadas na adoção do bebê.

Segundo informou a diretora da Coordenadoria da Infância e da Juventude do TJ-MS, Célia Wolfring, o estado de saúde do bebê é grave e necessita de cuidados intensivos. “Estamos pegando os dados dos interessados e encaminhando tudo para a equipe técnica, da comarca de Corumbá, onde está sendo feita uma análise minuciosa. Todos irão passar por um curso antes da adoção”, explicou ela, por telefone.

As 37 famílias que estão na fila da adoção foram encontradas através do SNA [Sistema Nacional de Adoção e de Acolhimento], que reúne o cadastro de todos os que estão aptos para adotar uma criança no Brasil. Apesar disso, ainda é preciso entender a realidade de cada famílai interessada na adoção, como saber a condição financeira para custear os cuidados médicos que a criança vai precisar. “O magistrado é quem decide a adoção”, reforçou a diretora.

O caso

Uma recém-nascida, de apenas 40 dias de vida, precisa urgentemente de um lar. A informação foi divulgada nesta terça-feira (10) pelo juiz Maurício Cleber Miglioranzi Santos, que atua na área da infância e da adolescência de Corumbá.

De acordo com ele, a mãe biológica faleceu poucos dias após o parto, mas não havia passado pelo pré-natal uma única vez sequer. Com isso, a bebê nasceu com graves problemas de saúde e está internada em um hospital de Campo Grande, em estado crítico. Não foi divulgado o nome deste hospital.

A criança está sozinha no hospital, já que nenhuma família se dispôs a acolhê-la.

Para o juiz, a recém-nascida é o retrato de muitas crianças no Brasil disponíveis para adoção, mas que não encontram acolhimento e ficam sob a guarda do Estado até que completem 18 anos e sejam obrigadas a enfrentar a vida sozinhas.

TJMS já tem 37 famílias interessadas em adotar bebê que está sozinho em hospital

De acordo com o Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS), casos como o da recém-nascida são uma das dificuldades enfrentadas pelos juízes brasileiros que atuam na área e desenvolvem um trabalho humanizado, com a rede de apoio, e utilizam o Sistema Nacional de Adoção e de Acolhimento (SNA), uma ferramenta criada para auxiliar juízes das varas da infância e da adolescência na condução dos procedimentos de adoção.

O SNA integra todos os cadastros municipais, estaduais e nacional de crianças e adolescentes em condições de serem adotados e de pretendentes habilitados à adoção, inclusive os cadastros internacionais. Contudo, mesmo com tantos pretendentes à adoção, muitas crianças e adolescentes permanecem em instituições de acolhimento.

“Em contato com o núcleo psicossocial de Campo Grande, fizemos as buscas no SNA e detectamos 14 casais habilitados para o perfil da recém-nascida, porém, nenhum demonstrou interesse neste caso. Assim, restou-nos a opção de relatar essa triste situação para a sociedade sul-mato-grossense na esperança de que algum casal queira acolher a menina”, explicou Maurício.

A Desa. Elizabete Anache, que responde pela Coordenadoria da Infância e da Juventude (CIJ) de Mato Grosso do Sul, lembra que esta é uma iniciativa de busca ativa aberta. “É uma tentativa de sensibilizar algum pretendente que tenha o desejo de acolher a criança e mostrar à sociedade que a adoção é um instituto que pode transformar muitas vidas. As causas da infância têm prioridade absoluta e esperamos mudar realidades tristes como a dessa recém-nascida”, apontou a desembargadora.

Mais informações podem ser obtidas pelo telefone (67) 98462-8245 ou pelo e-mail [email protected].

Fale com a Redação