28/01/2020 10h15
Por: G1
Foco na experiência dos funcionários, uso mais frequente de dados para medir performance do colaborador, recrutamento interno para manter os profissionais na empresa e jovens e experientes no mesmo ambiente de trabalho. Essas são as tendências de recrutamento para este ano, de acordo com relatório sobre Tendências Globais de Talento da rede social profissional LinkedIn.
O estudo mostra as principais tendências que deverão moldar a forma como as empresas atraem e retêm talentos no mercado de trabalho nos próximos meses. A pesquisa foi feita com mais de 7 mil profissionais de talentos e gerentes de recrutamento de 35 países, incluindo respondentes do Brasil. O estudo foi conduzido entre 24 de agosto e 30 de setembro de 2019, por questionário via e-mail.
O estudo feito pelo LinkedIn mostra que as empresas estão começando a trabalhar para os funcionários, e não apenas o contrário. As equipes de recursos humanos estão apostando na experiência dos funcionários para melhorar a retenção e a marca empregadora. Além de coletar feedback, as empresas deverão colaborar ativamente com os funcionários para criar uma experiência que funcione para todos.
De acordo com a pesquisa, 77% dos respondentes disseram já focar na experiência dos funcionários para aumentar a retenção. Os entrevistados também afirmaram utilizar a estratégia para:
aumentar a produtividade dos colaboradores (71%)
atender às expectativas das novas gerações, especialmente os Millennials e a Geração Z (40%)
atrair mais talentos (29%)
Apesar dos benefícios que a experiência do funcionário pode significar, o levantamento também revelou que somente 52% das empresas entrevistadas oferecem uma experiência positiva e a cada três empresas, uma não trabalha ativamente no feedback do colaborador.
Os dados são o futuro
A análise de dados já prometia revolucionar o recrutamento e o RH há uma década, mas até recentemente, apenas as empresas mais sofisticadas puderam colher os frutos. Agora é chegada a hora em que os dados são acessíveis a todos. Compreender e capitalizar a análise está rapidamente se tornando uma habilidade essencial na área. Prova disso é que houve um aumento de 242% na quantidade profissionais de recursos humanos com habilidades de análise de dados nos últimos 5 anos.
Para 73% dos respondentes, a análise de pessoas será uma das principais prioridades de sua empresa nos próximos 5 anos. Porém, cerca de 55% dos profissionais de talentos dizem que ainda precisam de ajuda para colocar em prática as análises básicas de pessoas. Segundo ainda a pesquisa, o uso mais frequente de dados nas companhias é para medir a performance do colaborador (82%). O planejamento estratégico do quadro de funcionários e a identificação da falta de habilidades vêm em segundo e terceiro lugar, com 77% e 70%, respectivamente.
Recrutar talentos não precisa ser só algo externo
O recrutamento interno está voltando gradualmente. As mudanças de função nas organizações (por meio de promoção, transferência ou movimentação lateral) aumentaram 10% nos últimos cinco anos, de acordo com dados do LinkedIn. Na pesquisa, 73% dos respondentes disseram ainda que o recrutamento interno é cada vez mais importante para a empresa. Entre os benefícios destacados estão:
melhora na retenção (81%)
aceleração na produtividade do contratado (69%)
rapidez no processo de contratação (63%)
Além disso, o estudo mostra que os funcionários ficam, em média, 41% mais tempo em locais com altas taxas de contratação interna em comparação com os com baixas taxas. Quando perguntados como os funcionários internos são recrutados para uma vaga, os entrevistados citaram vagas no site interno da empresa, com 82% das respostas; o uso de gerentes para procurar por funcionários que conhecem, com 55%; e a descoberta de vagas pelo “boca a boca”, com 45%.
Apesar dos benefícios, o recrutamento interno ainda sofre alguns entraves. Dentre eles estão:
medo de gerentes perderem talentos para outros times (70%)
falta de candidatos internos qualificados (56%)
dificuldade para diversificar o quadro de colaboradores (38%)
Pensando nisso, os entrevistados elencaram três maneiras principais de melhorar o processo. Em primeiro lugar, encorajar mais projetos multifunção, com 60%; seguido por identificar as habilidades dos funcionários existentes, também com 60%; e a conexão de habilidades entre oportunidades (56%).
Idade não é documento
As aposentadorias tardias e a chegada da Geração Z ao mercado de trabalho significam que as empresas estão vendo mais diversidade de idade do que nunca. Jovens, experientes e todos os outros níveis podem ajudar a provar que o bom trabalho não tem idade. O relatório mostrou que 56% das empresas afirmam ter atualizado suas políticas recentemente para atrair um quadro de funcionários multigeracional. Para 89% dos profissionais de talentos, tal tendência torna uma empresa mais bem sucedida.
De acordo com dados do LinkedIn, atualmente, cerca de 40% da força de trabalho presente na plataforma é composta pelos Millennials. Em seguida está a Geração X (33%), os Baby Boomers (15%) e a Geração Z (10%). Cerca de 2% estão na faixa etária acima dos Baby Boomers. As faixas etárias consideradas no estudo correspondem a de 7 a 22 anos para a Geração Z; 23 a 38 anos para os Millennials; 39 a 54 anos para a Geração X e 55 a 73 anos para os Baby Boomers.
Embora todas as gerações valorizem as empresas com missões intencionais, os Boomers são os que mais provavelmente veem isso como prioridade máxima (32% das respostas). Enquanto isso, a Geração Z é mais provável a valorizar treinamentos — 36% os consideram um fator importante ao considerar um novo emprego. O estudo ainda revelou que muitos trabalhadores da Geração Z são estudantes ou recentemente conquistaram seu primeiro emprego, portanto, a Geração Z tem uma probabilidade 135% maior do que os Baby Boomers de buscar uma função meio período ou por contrato.
Quando questionados se a sua empresa pretendia focar em alguma geração em particular nos próximos cinco anos, os entrevistados citaram na maior parte a Geração X (60%) e os Millennials (56%). Isso pode ser explicado à medida que mais Baby Boomers se aposentam ou diminuem suas carreiras, e a Geração X, conhecida por estar entre as explosões populacionais que definem os Boomers e os Millennials, pode ter um momento para brilhar. Além disso, a pesquisa revelou que a Geração X tende a ficar quase duas vezes mais tempo numa empresa que os Millennials, isto é, 22% acima da média.
“As empresas se dedicarão cada vez mais em aumentar o vínculo entre elas e os funcionários, para mantê-los satisfeitos, produtivos e por fim, retê-los com alto grau de engajamento. Podemos dizer, em poucas palavras, que o foco será em colocar as pessoas em primeiro lugar”, comenta Milton Beck, diretor geral do LinkedIn para a América Latina.