O projeto “Vizinhança na Praça”, promovido pelo coletivo TransCine – Cinema em Trânsito, chega à sua etapa final no sábado (7), com uma sessão de cinema ao ar livre na Praça do Jardim Carioca, em Campo Grande. O evento começa às 19h, tem entrada gratuita e classificação livre.
Na programação, serão exibidas quatro produções sul-mato-grossenses:
- Fujona – Em Busca da Liberdade (documentário), de Lu Bigatão;
- Campo Grande das Araras (documentário), de Rosiney Bigattão e Lu Bigatão;
- Retrato do Artista Quando Coisa (experimental), de Filipi Silveira e Larissa Neves;
- Delongas (experimental), de Tania Sozza.
Com financiamento da Lei Paulo Gustavo, do Ministério da Cultura, e apoio da Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul (FCMS), o projeto tem como objetivo principal levar o cinema a cidades do interior e promover as produções de artistas locais. Durante as exibições, as praças se tornam espaços de convivência comunitária, onde a arte e a cultura aproximam as pessoas.
A escolha do Jardim Carioca
O Jardim Carioca, bairro periférico da Capital, foi selecionado estrategicamente, como explica Mariana Senna, produtora e cofundadora do coletivo TransCine. “Escolhemos o Jardim Carioca por ser uma comunidade afastada do centro, com poucas oportunidades de acesso à arte e cultura. Durante conversas com lideranças locais, percebemos o interesse em projetos que levem entretenimento e valorizem a convivência familiar”, destaca.
Circuito pelo interior
O “Vizinhança na Praça” já percorreu cinco cidades do Estado antes de chegar a Campo Grande: Terenos, Jaraguari, Nova Alvorada do Sul, Rochedo, Ribas do Rio Pardo e Sidrolândia. Em todas as exibições, o projeto ofereceu pipoca gratuita, intérprete de Libras e um espaço acessível para todos os públicos.
Valorização do cinema regional
Filipi Silveira, diretor do curta experimental Retrato do Artista Quando Coisa, enaltece o impacto do projeto na difusão do cinema local. “Produzir cinema já é gratificante, mas ver os filmes alcançarem o público é indescritível. Projetos como este são fundamentais para formar plateias, levar arte e fomentar reflexões. É uma maneira de valorizar os realizadores e aproximar as pessoas do nosso cinema”, afirma.
Ele também destacou os desafios da produção audiovisual: “O cinema é uma arte coletiva que demanda altos investimentos e muitas vezes esbarra na falta de recursos. Projetos como o ‘Vizinhança na Praça’ tornam-se indispensáveis para dar visibilidade às produções regionais e fortalecer o setor”, conclui.
Um legado para a democratização da cultura
Cátia Santos, fotógrafa e coordenadora da TransCine, reforça o impacto transformador do projeto. “Percorrer o interior do Estado foi uma experiência inédita e enriquecedora para toda a equipe. Encerramos esta temporada com o desejo de ampliar nosso alcance e torcendo para que mais políticas de incentivo, como a Lei Paulo Gustavo, sejam implementadas. Elas são cruciais para democratizar o acesso ao cinema e fomentar a produção local”, pontua.
O encerramento do “Vizinhança na Praça” reforça o compromisso do coletivo TransCine com a valorização do audiovisual regional e a ampliação do acesso à arte e à cultura em Mato Grosso do Sul.